Por Bruno Freire
Estudo realizado por pesquisadores do Centro de Treinamento Esportivo da UFMG (CTE/UFMG) e Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO/UFMG) avalia a performance de atletas da modalidade de Halterofilismo Paralímpico. O trabalho foi realizado pelo Laboratório de Biomecânica (BIOLAB/UFMG), em parceria com o Centro Referência Paralímpico Brasileiro (CRPB) do CTE/UFMG. O artigo foi publicado no “Journal of Biomechanics”, que é o periódico de referência na área de Biomecânica.
Os dados da pesquisa foram coletados a partir dos dados de dez atletas da equipe do Centro. O estudo analisou o padrão de movimento durante o exercício de supino reto com intensidade entre 50 e 90 por cento, no qual foi identificado uma assimetria (ou alteração) na velocidade início da ação concêntrica (aceleração no movimento do músculo) do movimento em maior intensidade. Esses achados trazem implicações práticas tanto no contexto do treinamento quanto no competitivo.
O trabalho foi coordenado pelo Prof. André Gustavo Pereira de Andrade, do Departamento de Esportes EEFFTO/UFMG, juntamente com o doutorando do Programa de Pós-Graduação em Ciências do Esporte, Gustavo Ramos Dalla Bernardina; o treinador do Halterofilismo Paralímpico, Marcelo Danillo Matos dos Santos e todo o corpo de professores que compõem a área científica do Projeto Paralímpico que é realizado no CTE.
O Halterofilismo Paralímpico é disputado em prova única em que o desempenho no exercício Supino Reto é avaliado. Uma técnica apurada e válida, segundo as regras oficiais da modalidade, requer um deslocamento uniforme da barra durante a fase concêntrica do movimento, quando os braços devem se mover em tempo e velocidade semelhantes. Gustavo Bernardina explica a relevância sobre o estudo com participação dos atletas do Centro.
“Uma das discussões trazidas pelo estudo é como avaliar a assimetria do movimento, definida como a diferença em parâmetros cinéticos e cinemáticos entre os membros superiores durante a realização de uma determinada tarefa. Das diferentes abordagens existentes, frequentemente são utilizados eventos específicos do movimento, como por exemplo, o pico de velocidade. Contudo, essas medidas podem limitar o entendimento da manifestação das assimetrias presentes em toda a execução do exercício. Dessa forma, analisar todo o padrão de movimento fornece informações importantes para o entendimento sobre a técnica do movimento e que podem ser usadas no processo de treinamento”, disse.
Referência para o trabalho:
Bernardina GRD, Santos MDM, Resende RA, Mello MT, Albuquerque MR, Paolucci LA, P Carpes FP, Silva A, Andrade AGP. Asymmetric velocity profiles in Paralympic powerlifters performing at different exercise intensities are detected by functional data analysis. Journal of Biomechanics. 2021. DOI: 10.1016/j.jbiomech.2021.110523. Disponível em: https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0021929021003043?via%3Dihub
O Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG tem o apoio da Secretaria Especial de Esporte do Ministério da Cidadania, que financia os projetos Formação de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa Aplicados ao Esporte de Alto Rendimento e Esporte Paralímpico de Alto Rendimento: Formação de Atletas, de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa. Os projetos desenvolvem ações em modalidades olímpicas e paralímpicas, atuando desde a iniciação esportiva até o alto rendimento, na cidade de Belo Horizonte e sua região metropolitana.