Por Mariana Gonçalves e Bruno Freire
A atleta paralímpica de lançamento de disco Izabela Silva Campos, que integra a equipe do Centro de Treinamento Esportivo da UFMG (CTE/UFMG), garantiu uma vaga para os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Izabela superou, na última terça-feira (15), o índice exigido no lançamento de disco, na classe F11 (para cegos), durante a Fase de Treinamento Seletiva promovida pelo Comitê Paralímpico Brasileiro.
O evento, que terminou neste sábado (19), definiu os atletas que representarão o país nas Paralimpíadas com base nos índices finais atingidos após o término da seletiva. A atleta alcançou a marca de 35,60m, quando o índice exigido era de 35,41m.
“A sensação (de ter conseguido o índice) é muito boa, porque já tem um ano e meio que a gente não competia. Então, a gente perdeu o ritmo de competição. E surgiu essa classificatória no CT Paralímpico em São Paulo. E, no primeiro lançamento, eu já consegui fazer o índice e foi emocionante. Foi um alívio”, declarou a atleta que está confirmada para as Paralimpíadas.
“A gente está no caminho certo, rumo a Tóquio e conseguir lá a tão sonhada medalha para coroar esse momento. É manter o pé no chão e continuar o trabalho”, almeja Izabela.
A Fase de Treinamento Seletiva é uma iniciativa única, criada para definir o processo de classificação para os Jogos Paralímpicos, devido à ausência de competições das modalidades, por causa da pandemia da Covid-19. Para isso, foram elaborados os critérios de participação e classificação para o evento.
Os Jogos de Tóquio 2020 serão realizados entre os dias 24 de agosto e 5 de setembro. A expectativa é de que a delegação brasileira seja composta por 230 atletas (150 homens e 80 mulheres).
Medalhas
Izabela Campos já deu ao Brasil uma medalha olímpica. Na Rio 2016, ela conquistou o bronze na classe F11 (para cegos) do lançamento de disco. Nos Jogos Parapan-americanos de Lima, no Peru, em 2019, subiu ao degrau mais alto do pódio, superando o recorde da competição com 35,32m. Na mesma edição do Parapan, a atleta ainda ficou com a medalha de bronze no peso, na junção de classe F11/F12. Izabela foi bronze também em Dubai, em 2019.
Atleta paralímpica, Izabela Campos teve perda gradativa de visão depois de contrair sarampo aos seis anos de idade. No esporte, se dedicou ao atletismo. Antes de se destacar nas provas de campo, chegou a correr provas de 400 metros até cinco mil metros. A atleta já participou de duas Olimpíadas: antes do bronze na Rio 2016, alcançou a sétima posição no arremesso de peso nos Jogos de Londres de 2012.
Izabela integra o Projeto de Esporte Paralímpico, do Centro de Referência Paralímpico Brasileiro do CTE/UFMG, que tem o apoio do Ministério da Cidadania.
O Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG tem o apoio da Secretaria Especial de Esporte do Ministério da Cidadania, que financia os projetos Formação de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa Aplicados ao Esporte de Alto Rendimento e Esporte Paralímpico de Alto Rendimento: Formação de Atletas, de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa. Os projetos desenvolvem ações em modalidades olímpicas e paralímpicas, atuando desde a iniciação esportiva até o alto rendimento, na cidade de Belo Horizonte e sua região metropolitana.