O Centro de Treinamento Esportivo recebeu, na última quarta-feira (04/09), uma visita técnica dos representantes da CEMIG, da Capstone e do professor Braz de Jesus Cardoso, idealizador do Projeto OÁSIS – UFMG, para a implementação de um sistema de co-geração de energia via microturbinas, cuja instalação está prevista para dezembro de 2024.
O diretor da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, profº Gustavo Côrtes, o diretor do CTE, profº Maicon Albuquerque, o professor Luciano Sales e a assistente administrativa do CTE, Hélida Markowicz também acompanharam a visita.
Atualmente, as piscinas de treinamento do CTE são aquecidas por um sistema de combustão movido a gás. De acordo com o professor Luciano Sales, a caldeira é acionada pela manhã, gera o aquecimento da piscina e, posteriormente, é desligada. Esse processo precisa ser realizado várias vezes ao dia para evitar o esfriamento da água. A cada acionamento, a caldeira gera uma grande quantidade de calor de uma única vez, e, nesse processo, cerca de 50% do gás é desperdiçado. Dessa forma, o atual sistema é considerado pouco eficiente e pouco sustentável. Há sete anos, a EEFFTO e o CTE vêm dialogando junto à CEMIG para implementar o sistema de microturbinas.
Sistema de aquecimento da piscina do CTE, composto por uma caldeira a gás. Foto: Ana Paula Pena | ASCOM/EEFFTO
As microturbinas operando em cogeração são equipamentos que funcionam com base na queima de combustível (por exemplo: biogás, gás natural, biomassa, óleo combustível, etc.) e produzem energia elétrica e calor. Ao aproveitar também o calor gerado, a eficiência energética fica próxima de 90%. Este equipamento é ideal para unidades com alta demanda térmica, seja de calor ou frio, como a caldeira da piscina do CTE. O sistema, que funcionará 24 horas por dia e pode ser gerido por software à distância, possibilitará que a água não sofra com tanta oscilação de temperatura e permaneça aquecida o tempo todo.
Sustentabilidade: Energia Elétrica e Térmica ao mesmo tempo
O atual sistema de aquecimento, além de gerar desperdício energético, consegue aquecer apenas a piscina do CTE. De acordo com o professor Braz de Jesus Cardoso, a implementação das microturbinas possibilitará a geração de energia térmica para a piscina e energia elétrica capaz de atender todo o CTE e outras unidades da UFMG, como a EEFFTO e o CEU. O professor Braz de Jesus Cardoso destacou:
“A turbina funciona à base de gás natural. O que ganhamos com a implementação das turbinas? Ganhamos em eficiência. Esses motores de combustão interna têm baixa eficiência; o aproveitamento do gás e da energia gerada é baixo. Com a turbina, ou seja, produzindo energia elétrica e térmica ao mesmo tempo, aumentamos essa eficiência para próximo de 90%. Ou seja, ambientalmente falando, essa é a grande vantagem. Vamos aproveitar mais do gás que hoje acaba sendo desperdiçado.”
Professor Braz de Jesus Cardoso explicando como as microturbinas possibilitam a eficiência energética. Foto: Ana Paula Pena | ASCOM/EEFFTO
O professor Braz destacou que a iniciativa faz parte do Projeto OÁSIS, que tem o objetivo de reduzir gastos de energia elétrica por meio da instalação e gestão de um sistema próprio de minirrede instalado no campus Pampulha da UFMG.
“Do ponto de vista do Projeto OÁSIS-UFMG, essa instalação é importante pela diversificação das fontes de energia. Atualmente, já temos usinas fotovoltaicas nos Centros de Atividades Didáticas (CADs) 1, 2 e 3, e a instalação das microturbinas é uma estrutura comum hoje em dia. Então, do ponto de vista das nossas pesquisas sobre as tecnologias de minirredes, ter uma outra fonte de energia, que é nossa e de natureza completamente diferente da solar fotovoltaica, é extremamente importante, agregando valor para o desenvolvimento de conhecimento nessa área.”
A implementação das microturbinas é comemorada pela EEFFTO e pelo CTE. Os diálogos com a CEMIG para a instalação do sistema iniciaram-se em 2017.
O diretor da EEFFTO, professor Gustavo Côrtes, destacou:
“Para nós é uma grande vitória. Iniciamos os processos para a instalação das microturbinas no início do meu primeiro mandato como diretor da EEFFTO. Ver o projeto se tornar realidade hoje é muito gratificante, tanto pela importância da modernização do sistema energético no CTE, pensando na importância de uma energia sustentável, quanto pela economia de recursos financeiros.”
O funcionamento das microturbinas no CTE está previsto para fevereiro de 2025.
Apresentação das estruturas do CTE para os responsáveis pela implementação das microturbinas. Foto: Ana Paula Pena | ASCOM/EEFFTO
Sobre o PROJETO OASIS:
O Projeto constitui-se em uma iniciativa de investigação técnico-científica com o objetivo de redução de gastos de energia elétrica por meio da instalação e gestão de um sistema próprio de minirrede instalado no campus da Pampulha da UFMG.Contempla a instalação de unidades distribuídas de geração baseadas na tecnologia fotovoltaica, nas microturbinas a gás natural operando em cogeração qualificada e na armazenagem de energia elétrica em bancos de baterias.A modernização do sistema elétrico próprio, juntamente com o planejamento de médio e longo prazo, a geração distribuída e armazenagem de energia, impactarão significativamente o modelo de gestão energética atual da UFMG.
UFMG SUSTENTÁVEL:
UFMG Sustentável é uma ação institucional, fruto dos trabalhos da Comissão Permanente de Gestão Energética, Hídrica e Ambiental (CPGEHA) da UFMG, que tem o objetivo de divulgar ações relacionadas à sustentabilidade nos campi da Universidade.Embora a UFMG tenha como foco as atividades de ensino, pesquisa e extensão, a multiplicidade de áreas do conhecimento que perpassam essas esferas faz coexistir uma série de iniciativas com características diversas, o que confere à Instituição natureza singular, em constante transformação.
A sustentabilidade é aqui abordada com ênfase nas dimensões energética, hídrica e ambiental. Compreende, pois, o uso racional de água e energia por meio da melhoria nos sistemas de abastecimento com a adoção de fontes alternativas que visam à redução das despesas associadas a esses consumos; a consciente geração de resíduos sólidos e o seu gerenciamento ambientalmente adequado; a promoção da educação ambiental na esfera administrativa e acadêmica e a sua disseminação na sociedade.
Notícia repostada da EEFFTO: http://www.eeffto.ufmg.br/eeffto/noticias/5432/cte_e_o_primeiro_espaco_em_belo_horizonte_a_contar