Festival Paralímpico é realizado no Centro de Treinamento Esportivo da UFMG

Por Mariana Silva 

Na manhã do dia 21 de setembro, Dia do Atleta Paralímpico, o Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), recebeu o Festival Paralímpico. Evento organizado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro, recebeu cerca de 160 crianças e adolescentes, com idade entre os 7 a 17 anos, com alguma deficiência. O evento local é viabilizado pela Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da Secretaria Municipal de Esportes e Lazer, com o programa Superar, que promove a inclusão social da pessoa com deficiência por meio do esporte. A realização tem a parceria da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).

Registro dos participantes do Festival Paralímpico.
Foto: Iago Proença/Assessoria EEFFTO 

O Superar é um programa da Prefeitura de Belo Horizonte que proporciona a inclusão de pessoas com deficiências através da prática de esportes, atividades físicas e culturais. Segundo o Coordenador  do Programa, Marcelo de Melo Mendes, o Superar atende aproximadamente mil alunos com deficiência. Ele, que participou do Festival Paralímpico, relatou sobre a parceria que foi realizada.

“Essa parceria é valiosa, porque o programa Superar atende a política como um todo e o CTE vem com a perspectiva de formação de atletas. Então a ideia é realmente  aproximar e complementar o trabalho. Essa é nossa proposta que vem de encontro com a proposta do Comitê Paralimpico Brasileiro”, afirmou ele.

Esteve presente também um dos idealizadores do Superar, João Bernardo Rodrigues da Silva. Ele explicou que no evento, foram desenvolvidas oficinas de atletismo, bocha paralímpica e tênis de mesa e os participantes foram divididos em três turmas, a turma A de 10 a 12 anos; a turma B de 13 e 14 e a C de 15 a 17 anos. Cada modalidade contou com a participação de um professor especialista, profissionais da Educação Física e ainda, estudantes de determinadas áreas, como Psicologia e Educação Física, atuaram como monitores.

Da esquerda para direita: João Bernardo, Marcelo Mendes, Andressa da Silva e Professor Hélvio.
Foto: Assessoria EEFFTO/ Mariana Silva

“Para o esporte paralímpico como um todo, o Festival é um momento de celebrar o dia do atleta paralímpico. Os nossos atletas têm idade escolar e para a grande maioria é uma iniciação esportiva. Muitos deles não possuem conhecimento a respeito desses esportes e evento promove esse contato. É importante mostrar para eles mesmos, que eles são capazes de obter conhecimentos teóricos da modalidade e praticar ou apreciar alguma modalidade esportiva”, disse João. 

A Coordenadora do Projeto Esporte Paralímpico, Andressa da Silva esteve presente no Festival. Ela falou a respeito do Festival Paralímpico e do Projeto de formação de atletas no esporte paralímpico que é realizado no CTE. Segundo ela, o Projeto desenvolve as modalidades de atletismo, natação e halterofilismo. Hoje existe aproximadamente, 60 atletas com deficiência treinando no CTE regularmente.

“O CTE também abre outras oportunidades que é o caso do festival  paralímpico que acontece em todo o Brasil, no dia 21 de setembro, onde é comemorado o dia do atleta paralímpico e a ideia é atender 10 mil crianças e adolescentes do Brasil todo e nós somos um núcleo escolhido pelo CPB em parceria com a Prefeitura para trazer esse dia festivo para as pessoas com deficiência. Hoje estão sendo realizados a bocha, o tênis de mesa e o atletismo, mais de maneira adaptada e festiva para que possamos incluir qualquer tipo de pessoa com deficiência nessa ação e mostrar um pouco mais sobre a atividade adaptada para deficientes”, relatou.

Andressa é docente do Departamento de Esportes da EEFFTO
Foto: Assessoria EEFFTO/Mariana Silva

Alguns discentes da UFMG, dos cursos de Educação Física e Psicologia, estiveram presentes como voluntários. Entre eles, Henrique Andrade, que falou sobre a experiência em poder participar do evento. Ele classificou ainda o quão gratificante foi ver a alegria no olhar de cada criança.

“Acredito que eventos como esse são importantes e benéficos para promover o esporte para as crianças e pessoas com deficiência. Eu comecei a me interessar quando conheci o movimento e enxergo uma possibilidade em fazer parte. É apaixonante ver a alegria e a vontade das crianças”, afirmou.

Henrique é aluno do curso de Educação Física da UFMG
Foto: Assessoria EEFFTO/Mariana Silva

O Festival foi aberto às famílias, que puderam acompanhar de perto a prática das atividades. Cristina, que é mãe de Lucas de 16 anos, relatou a respeito da importância de eventos como esse e ainda ressaltou as melhorias que filho obteve a partir de quando começou a treinar paratletismo, praticando salto, corrida e arremesso de peso, no CTE. Segundo ela é maravilhoso ter um espaço que dê oportunidades, como Centro de Treinamento.

“Primeiro o Lucas emagreceu. Eu acho que a atividade física é importante, não só pra eles, mas pra todo mundo. A convivência dele com a outras pessoas melhorou muito. Então eu acho muito importante, ele está mais tranquilo, ele está tomando menos medicamentos porque depois do treino ele chega em casa cansado e vai dormir. Para ele foi bom de todo jeito”, disse ela.

Tenho muito orgulho do meu filho ele acreditou nele e hoje tem várias medalhas
Foto: Assessoria EEFFTO/Mariana Silva

“Como mãe, estou orgulhosa de mim mesma, porque o Lucas foi convidado a participar dos treinamentos, por uma ex-professora dele, que estava trabalhando aqui, e para mim foi gratificante ele ter sido reconhecido. Depois desse convite, começou a seleção para outros alunos. Eu estou orgulhosa por ele, porque existem pessoas que falam frases desmotivadoras e negativas, e hoje ele está até participando de corrida de rua, está com o quadro cheio de medalhas. Outro dia ele correu 10 quilômetros sem estar preparado e ele treina 200 metros aqui no CTE, ele ainda já correu comigo cinco quilômetros. Ele está superando o limite que a gente acha que ele tem. Por exemplo, se ele tá correndo 10 quilômetros, se ele treinar, pode um dia ser um atleta”, finalizou Cristina

Ao final do evento, os participantes se reuniram para acompanhar um vídeo Institucional do CPB, no qual atletas paralímpicos deixaram depoimentos motivadores, incentivando a persistência e a prática de esporte.

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