Por Zirlene Lemos
Os atletas do halterofilismo paralímpico, Cristiane Reis e Jean Henrique Pereira Rufino, auxiliados pelo técnico Marcelo Matos, se despediram do Campeonato Mundial de Dubai, nos Emirados Árabes, integrando a maior delegação brasileira da história do halterofilismo em um mundial. Ao todo a seleção trouxe para o Brasil quatro medalhas no total, sendo três na categoria adulta e uma no júnior.
Nessa disputa, o resultado de Cristiane Reis a coloca na 10ª posição no ranking (Top 10) na categoria até 55Kg, com a marca de 96Kg. “Participar do Mundial em Dubai foi maravilhoso e também serviu para me mostrar que eu tenho que continuar no processo: focar e treinar bastante para alcançar os meus objetivos”.
Entre os dias 17 e 26 de novembro, acontecem os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, Chile. Essa será a última competição internacional do ano e há expectativas para a convocação de Cristiane.
Já o atleta Jean Henrique agora figura na 14ª posição entre os melhores do mundo na categoria até 107kg. “Essa foi minha estreia em um mundial de parapowerlifting, uma competição que reuniu os melhores atletas do mundo todo. Estou orgulhoso do meu processo até aqui e feliz em saber que ainda posso evoluir cada vez mais. Sou grato pela oportunidade de estar entre os melhores do mundo e motivado a evoluir o que preciso individualmente”, destacou o atleta.
Marcelo Matos, que acompanha a trajetória de Cris e Jean desde o início, ressaltou a qualidade dos atletas em uma competição disputada pelos melhores (e mais experientes) do mundo. “Nossos atletas foram muito bem, afinal esse é o tipo de competição que serve como divisor de águas para qualquer atleta que sonha com a carreira internacional. A competição mais importante do ano e a mais difícil, devido ao número maior de atletas de alto nível participando em uma mesma categoria”.
Halterofilismo brasileiro
O evento nos Emirados Árabes foi realizado no hotel Hilton Habtoor City, onde as delegações estiveram hospedadas. O campeonato contou com 495 atletas de 78 países. A Seleção Brasileira foi representada por 23 atletas de 12 unidades federativas (AM, BA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP). A competição era etapa obrigatória para qualificação para os Jogos Paralímpicos de Paris 2024.
Na avaliação do Comitê Plímpico Brasileiro, os recentes resultados da Seleção, no halterofilismo e em outras modalidades, indica perspectivas de sucesso durante os próximos Jogos Paralímpicos, em Paris 2024.
A participação no Mundial também serviu para os atletas melhorarem seus resultados no ranking, atingindo suas metas, enquanto outros, que não conseuguiram, terão um realinhamento de suas práticas para os Jogos Parapan-Americanos de Santiago, em novembro, no Chile e a oportunidade de melhorarem suas marcas e terem mais chances de se qualificar para os Jogos Paralímpicos de Paris.
Esporte paralímpico
No halterofilismo paralímpico, competem atletas com deficiência física nos membros inferiores, baixa estatura e paralisia cerebral. Os atletas executam um movimento chamado supino, deitados em um banco. Cada competidor tem três tentativas. O maior peso levantado é considerado como resultado final.
Cristiane Reis e Jean Henrique Rufino, integram o projeto de esporte paralímpico da UFMG. Coordenado pela professora Andressa de Mello, do Departamento de Esportes da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO), o projeto integra iniciativa de descentralização do Centro de Treinamento Paralímpico Brasileiro (CRPB). O objetivo é potencializar e desenvolver o esporte paralímpico em Minas Gerais.
No Centro de Referência CTE-UFMG, são ofertas as modalidades de halterofilismo, atletismo, natação e parataekwondo. Mais informações sobre como ser atleta no cte.ufmg.br/cte/.