Por Sabrina Garcia
Dentre os 324 atletas de 17 modalidades convocados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para representar o Brasil no Parapan 2023, 6 atletas compõem o quadro de treinos do Centro Esportivo Universitário (CTE) da UFMG nas modalidades atletismo, taekwondo e halterofilismo. Além dos atletas convocados, o CPB também convocou o treinador do halterofilismo, Marcelo Matos, para integrar a delgação brasileira. Os VII Jogos Parapan-Americanos acontecem em Santiago (Chile), até o dia 26 de novembro de 2023
No atletismo paralímpico, o CTE será representado pela atleta Izabela Silva Campos. Já no Parataekwondo, as atletas Mirian Aparecida Pio, Larissa Lohane Lopes Alves e Ana Carolina Moura representaram o Centro de Treinamento Esportivo Esporitovo, enquanto Cristiane Alves Reis e André Luiz Paz integraram a equipe de halterofilismo junto com o treinador Marcelo Danilo Matos dos Santos.
Essa é a 2ª edição do Parapan em que o Projeto Paralímpico do CTE é representam na competição! Na edição de Lima, no Peru, em 2019, 2 representantes da equipe do CTE marcaram presença: a atleta Izabela Silva Campos e a coordenadora do projeto, a Profª Drª Andressa Silva, que atuou no âmbito da fisioterapia esportiva.
A expectativa é alta! Além dos preparos físico e tático, todos os atletas contam também com apoio fisioterápico, psicológico, nutricional, da terapia ocupacional e da equipe de enfermagem para garantir que chegarão à competição em sua melhor forma. Participar de outras competições da modalidade, seja em nível nacional ou internacional, também é parte importante da preparação. Ana Carolina conta que durante 2023 participou de várias competições relevantes para o Parataekwondo, como o Grand Prix e o mundial. Marcelo tem o mesmo sentimento em relação à Cris e André: “Estamos vindo de uma sequência de competições nacionais e internacionais com ótimos resultados. Então a cada competição, a gente vem melhorando as marcas. ”
É unanimidade entre os atletas que o papel do CTE e do CRPB são fundamentais para estarem entre os convocados. Cris conta que o centro de treinamento da UFMG oferece aos atletas uma equipe multidisciplinar, que garante acompanhamento nutricional, psicológico e fisioterapeuta. Além disso, existe uma colaboração mútua entre os atletas e os professores da UFMG para desenvolver e aplicar pesquisas e conhecimentos científicos.
Ana Carolina, André Luiz, Cris, Mirian e Larissa estarão pela primeira vez no Parapan, o que torna a experiência ainda mais emocionante. André Luiz se sente lisonjeado apenas por ter sido convocado para representar o Brasil na competição. Mas garante que fará sua melhor performance para trazer uma medalha para o país. Cris conta que o coração está a mil para participar da competição. Já Larissa afirma que sempre fica tensa, por mais que tenha se preparado para competir.
A competição é também uma prévia da Paralimpíada 2024, que acontecerá em Paris. Segundo o treinador Marcelo, o Parapan pode ser considerado como uma mini paralimpíadas, porque é disputado com atletas que possívelmente estarão nos jogos paralímpicos, atletas que participaram de outras competições internacionais esse ano.
Além disso, como o Parapan acontece logo após os jogos pan-americanos, no mesmo espaço físico e com a mesma estrutura, o que contribui para trazer mais visibilidade para o esporte realizado por PCDs. Como aponta Cris: “Eu acho que o parapan é muito importante para as PCDs, para mostrar ao mundo que nós somos capazes também de muita coisa, nós somos muito fortes e somos capazes, quanto tanto quanto qualquer pessoa sem deficiência. Mostrar que nós somos muito fortes também.”.
Entretanto, para além da dimensão política do evento, estar presente no Parapan é o sonho de cada um dos atletas do CTE. Como Larissa nos lembrou: “O importante e essencial é se dedicar e nunca perder a fé de conseguir alcançar seus sonhos por mais que às vezes ele pareça grande … Somos do tamanho de nossos sonhos…”.
Conheça a trajetória de alguns membros da equipe do CTE que fazem parte da delgação brasileira no Parapan 2023!
André Luiz tem 35 anos e pratica halterofilismo há mais de 12 anos. Ao longo desse tempo, já participou de várias competições, nacionais e internacaionais, como na Colombia, em países da Europa e nos Estados Unidos. Desde o início da sua trajetória no esporte, configura-se como um dos melhores colocados do ranking. Na competição de Caminho de Santiago recebeu 2 medalhas de prata por maior levantamento de peso e somatório de cargas. No Parapan, André irá competir no halterofilismo, categoria até 88kg.
Ana Carolina tem 27 anos. Seu interesse pelo esporte surgiu depois de ser assaltada, quando decidiu aprender sobre as artes marciais como um hobby, sem nenhuma motivação competitiva. Em 2019 seu interesse mudou, quando participou do seu primeiro campeonato brasileiro. No Parapan, Ana Carolina competirá no parataekwondo, na categoria até 65kg.
Cristiane tem 40 anos e é atleta de halterofilismo desde 2019 quando, através do convite de seu treinador Marcelo, conheceu o esporte. Marcelo a viu trabalhando como caixa de um supermercado e reconheceu seu biotipo favorável para a prática. A princípio, Cris não demonstrou interesse pela proposta do treinador, até que decidiu assistir ao treino em seu dia de folga e se apaixonou. Atualmentelte ela é recordista brasileira em sua categoria e ficou em 10º lugar no mundial dentre as 40 atletas com quem competia. No Parapan, Cris irá competir no halterofilismo, categoria até 55kg.
Izabela tem 41 anos e é medalhista paralímpica brasileira nos Jogos Rio 2016 e já participou de três Paraolimpíadas (2012, 2016 e 2021), no currículo soma ainda o Grand Prix de atletismo paralímpico em Marrakech (2022), dois Jogos Parapan-americanos e cinco edições do Mundial de Atletismo. Entre as principais conquistas da atleta, destacam-se: bronze no lançamento de disco no Mundial Dubai 2019; ouro no lançamento de disco, bronze no lançamento de dardo e no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos Lima 2019; prata no lançamento de dardo e bronze no lançamento de disco no Mundial Londres 2017; bronze no lançamento de disco nos Jogos Paralímpicos Rio 2016; bronze no lançamento de disco no Mundial Doha 2015; ouro no lançamento de disco e prata no arremesso de peso nos Jogos Parapan-Americanos Toronto 2015; e bronze no arremesso de peso no Mundial Lyon 2013.
Larissa tem 27 anos conheceu o taekwondo em 2021, como uma forma de lutar contra ansiedade e depressão. Porém, em fevereiro deste ano largou seu emprego em tempo integral para se dedicar integralmente ao esporte. No Parapan, Larissa também competirá no parataekwondo, na categoria até 57kg.
Marcelo é professor de educação física e sempre gostou de praticar esportes. Antes mesmo da graduação, já participava de competições de levantamento de peso, em especial de campeonatos de supino. Iniciou sua carreira como treinador de para-atletas no halterofilismo em 2015, ainda em Aracajú, sua cidade natal. Em 2019 se mudou para Belo Horizonte para compor a recém criada equipe da modalidade para PCDs no CTE. No Parapan, ele é treinador dos atletas do halterofilismo André Luiz e Cristiane.
Miriam Pio é parataekwondista do CTE/UFMG desde 202. Campeã na categoria 47 kg, acumula no currículo 5 medalhas, sendo três de ouro, uma de prata e uma bronze. Foi campeã brasileira (2021), bicampeã regional Sudeste (2021/2022), bronze no Pan Series III (2022) e prata no Campeonato Brasileiro de Parataekwonso 2023.
Sobre o Projeto Esporte Paralímpico de Alto Rendimento: Formação de atletas, Formação de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa da Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional (EEFFTO) é realizado desde 2019 sob coordenação da Profa. Dra. Andressa de Mello, docente do Departamento de Esportes da EEFFTO. As atividades do Projeto Esporte Paralímpico foram iniciadas no Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da EEFFTO/UFMG em março de 2019, com o apoio da Secretaria Especial de Esporte do Ministério da Cidadania e a parceria com o Comitê Paralímpico Brasileiro. Atualmente a ação atende 110 atletas com deficiência, e conta com a atuação de 10 professores da EEFFTO, 20 discentes da graduação e 12 dos cursos de Pós-Graduação.
Agradecimentos:
Ministétio dos Esportes (Governo Federal, Brasília, Brazil – protocol number 58000.008978/2018-37 e 71000.056251/2020-49), Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB), CTE/EEFFTO/UFMG, FEPE-UFMG (Fundação de Apoio ao Ensino, Pesquisa e Extensão-UFMG).
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