Primeira etapa do JEBH 2019 é realizada no CTE/UFMG

Por Luiza Galvão

A Prefeitura de Belo Horizonte realizou no dia 15 de junho a terceira edição dos Jogos Escolares de Belo Horizonte (JEBH), no Centro de Treinamento Esportivo (CTE/UFMG). O evento contou com jovens atletas das escolas municipais e estaduais da região, nas modalidades do atletismo. Os vencedores foram classificados para a etapa estadual dos Jogos que serão sediados na cidade de Uberlândia no mês de julho. 

O analista de políticas públicas da Secretaria de Esportes da prefeitura, Rafael Rodrigues esteve presente durante a competição e contou que a escolha das modalidades é feita a partir dos critérios do regulamento geral e segue os esportes olímpicos e paraolímpicos, além de ressaltar a importância desses eventos para os jovens.

“O esporte educacional é uma oportunidade, uma janela para a criança enxergar o esporte de forma diferente, mesmo que não seja de uma maneira profissional. Pensar no esporte como forma de educar, ter cuidado ao corpo e com a saúde, além de agregar valores”, falou.

Rafael está na Secretaria de Esportes da PBH há um ano.
Foto: Luiza Galvão / Assessoria EEFFTO

O CTE atende atletas com potencial em ser profissional e alguns deles são oriundos de escola pública e participaram dos Jogos Escolares, como é o caso do Lucas Alves, atleta do salto com barreiras. Quando tinha dez anos foi indicado pela professora para participar do teste para integrar a equipe de atletismo do Centro, foi bem sucedido e há cinco anos vem treinando.

“Quando tinha dez anos a minha professora me indicou fazer a peneira aqui do CTE, passei no teste, eles me chamaram e estou aqui há cinco anos. O esporte me mostrou o caminho certo, porque hoje em dia está muito difícil, mas consegui chegar onde queria, com muito treino e esforço”, concluiu.

O sonho de Lucas Alves é ser um grande atleta profissional.
Foto: Luiza Galvão / Assessoria EEFFTO

O pai de Lucas, Rodrigo Alves, acompanha o filho nessa trajetória e presenciou as provas que o adolescente participou nesses jogos, torcendo com muito orgulho. Ele destacou a importância na vida de seu filho e tem boas expectativas para um futuro no esporte.

“Ele não tinha uma perspectiva de vida, se tornou uma pessoa mais cabeça, aumentou o rendimento escolar e está melhor dentro de casa. Daqui para frente, se Deus quiser, vai dar tudo certo. Ele tem boas chances de ser profissional de acordo o que converso com o treinador dele. Espero que ele possa vencer na vida”, destacou com orgulho.

Rodrigo Alves é pai do Lucas e sempre acompanha os treinos e competições do filho.
Foto: Luiza Galvão / Assessoria EEFFTO

O treinador de atletismo do CTE, Roberto De Santis, estava presente para acompanhar seus atletas e observar novos talentos. Ele ainda ressaltou a dificuldade que os jovens têm em encontrar lugares para treinar, pois a maioria dos colégios não tem estrutura para diversas modalidades.

“Algumas modalidades não são possíveis desenvolver na maioria dos colégios. Como salto em distância, que precisa da caixa de areia, e do salto em altura, necessário colchão, sarrafo e poste. Os professores vão ter limitação em espaço e na falta de equipamentos disponíveis, por isso não dá para fazer tudo nas escolas”, disse.

O treinador destaca a importância dessas competições para descoberta de novos talentos. 
Foto: Luiza Galvão / Assessoria EEFFTO

A maioria das equipes presentes tinham e estavam com treinador ou professor responsável, como é o caso da equipe do Colégio Militar, que contou com a presença do professor de educação física, Ronaldo da Cruz. 

Com uma equipe de 19 jovens participando dos jogos, em diversas modalidades no feminino e no masculino, o treinador falou da rotina de treinos e como o colégio entende o esporte como parte importante no desenvolvimento de um adolescente.

“Temos treinamento semanal no colégio, as terças e quintas têm o atletismo à tarde. Na parte da manhã, antes do começo das aulas, treinamos com aqueles que estudam o dia todo. Eu acho que é fundamental o adolescente estar envolvido em alguma atividade esportiva, porque força o aluno que não tem e o que já tem a desenvolver a disciplina, o treinamento exige isso, tanto na questão alimentar quanto nos treinos. Isso é importante para a educação dos alunos e no Colégio Militar presamos por isso” ressaltou.

Além de professor, Ronaldo da Cruz também é militar. 
Foto: Luiza Galvão / Assessoria EEFFTO

Alguns atletas do Ronaldo saíram vitoriosos, como o Marcos Fernando. Ele tem 15 anos, está no segundo ano do ensino médio e há um ano treina salto em altura. Morando em Betim, o aluno acorda às quatro da manhã para as seis estar na escola para treinar, pois estuda durante a manhã e a noite faz cursinho. Seu esforço tem dado resultado, saiu dessa competição com uma medalha de ouro ao bater 1,60m, passando seus adversários.

“Moro em Betim e pela distância acordo 4 da manhã para ir treinar no Colégio. O treino é de 6 às 7 da manhã, depois tenho aula e noite faço cursinho. O esporte me ajudou bastante em questão de saúde. No meu bairro tem muita criminalidade e alguns amigos foram para o mau caminho e eu acredito que o esporte pode levar a pessoa para o caminho certo. Pretendo ir para a área militar, fazer educação física e continuar no salto em altura”, disse o jovem.

Marcos Fernando iniciou sua vida no atletismo no salto em distância.
Foto: Luiza Galvão / Assessoria EEFFTO

Para a realização desses eventos é necessário uma boa arbitragem, com isso a Prefeitura contou com a equipe de arbitragem da Federação de Esportes Estudantis de Minas Gerais (FEEMG). Dentro deles se destacou a Célia Soares, ela é educadora física e durante anos atuou como atleta no atletismo, principalmente em provas de longa distância, como maratonas, e alternou com a arbitragem, porém há oito anos atua exclusivamente como árbitra.

“Tenho curso superior em educação física e trabalho na arbitragem do atletismo há 28 anos. Iniciei atleta, fui alternando com arbitragem e há oito anos estou direto como árbitra. Para seguir nessa carreira é necessário ter preparo físico e se manter atualizado sobre as regras, porque pode haver algumas mudanças de um ano para o outro. Além das diferenças nas competições, como na escolar para campeonato adulto”, contou.

Hoje a ex-atleta se dedica somente a arbitragem.
Foto: Luiza Galvão / Assessoria EEFFTO

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.