Por Mariana Gonçalves
A Equipe de Natação Paralímpica do Praia Clube, de Uberlândia, realiza, até sábado (6), uma semana de imersão e treinos no Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG. A parceria ocorre em um período em que os atletas do Praia Clube se preparam para as seletivas para Tóquio, previstas para o mês de junho.
De acordo com a comissão técnica da equipe Triângulo Mineiro, a vinda para a capital e a escolha pelo CTE têm o objetivo de motivar os atletas, principalmente em um período em que as competições oficiais continuam distantes. Durante essa semana, a equipe participa de um treinamento intensivo, tendo uma experiência em um local diferente, com estrutura de ponta, acessibilidade e piscina olímpica oficial. De acordo com o auxiliar técnico da equipe, Lucas Oliveira Bastos, o objetivo é manter um clima de competição. Ao final desse período, será realizada uma tomada de tempo, simulando uma competição oficial.
“Para os atletas não perderem a motivação, porque esse período muito longo de treinamentos, sem competições, acaba desanimando um pouco, tivemos a ideia de vir para cá, fazer uma semana de treinamentos e, ao fim dessa semana, fazermos um simulado das melhores provas deles”, explicou o auxiliar técnico da equipe, Lucas Oliveira Bastos. “Além disso, também vamos fazer uma avaliação biomecânica, para ver o que eles podem melhorar, para na seletiva eles estarem numa forma melhor para talvez conseguir o índice”, completou Bastos.
O atleta Ruan Felipe Lima de Souza, medalhista de bronze nos Jogos Paralímpicos Rio 2016 no revezamento 4x100m, reforça a importância da retomada de treinos visando a seletiva para os próximos jogos, principalmente após um longo período de suspensão de treinamentos presenciais por causa da pandemia.
“Foram cinco meses que a gente ficou sem treinar. É um tempo que a gente não previa e acho que a gente nunca ficou tanto tempo parado, sem nadar”, relembrou o atleta. “Então, mudar essa chavinha um pouquinho é um estímulo a mais que a gente tem”, contou.
O atleta ainda ressaltou os prejuízos que a pandemia trouxe para os atletas e o esforço para manter o ritmo para o momento das seletivas.
“A gente não sabe as consequências disso, principalmente na natação. Nada supre a água. É ainda mais importante pra gente voltar e pegar esse ritmo para se preparar para a seletiva de Tóquio. A gente não sabe também como vai ser, porque o calendário foi cancelado até junho, mas, na hora em que acontecer, a gente tem que estar pronto, para a seletiva e para ir para Tóquio”, concluiu.
Não é a primeira vez que o time visita o CTE. Ao longo dos últimos anos, o Centro de Referência Paralímpico daqui, coordenado pela professora Andressa Mello, construiu uma relação de intercâmbio de práticas com o Centro de Referência Paralímpico de Uberlândia, coordenado pelo professor Silvio Soares Santos.
Desta vez, no entanto, devido aos protocolos sanitários vigentes em função da pandemia de Covid-19, diversas medidas tiveram que ser tomadas para que o Centro pudesse acolher a equipe.
“Os cuidados foram tomados antes mesmo de a equipe vir para Belo Horizonte, quando eles sinalizaram o interesse de fazer uma semana de treinamento aqui. Estamos no meio de uma pandemia, com o protocolo de saúde em fase 1 em execução no CTE. Então, a primeira coisa que fizemos, uma vez que foi aprovado, foi repassar para eles o nosso protocolo: com algumas áreas seguem restritas, seguimos com o distanciamento social, uso de máscaras, não utilização dos chuveiros. Eles foram orientados antes da vinda e as medidas seguem sendo aplicadas aqui. Então, tivemos o máximo de cuidado possível para que ninguém quebre esse protocolo que temos cumprido no dia a dia”, explicou a supervisora do Projeto Paralímpico do CTE, Carla da Mata.
O Centro de Treinamento Esportivo (CTE) da UFMG tem o apoio da Secretaria Especial de Esporte do Ministério da Cidadania, que financia os projetos Formação de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa Aplicados ao Esporte de Alto Rendimento e Esporte Paralímpico de Alto Rendimento: Formação de Atletas, de Recursos Humanos e Desenvolvimento de Pesquisa. Os projetos desenvolvem ações em modalidades olímpicas e paralímpicas, atuando desde a iniciação esportiva até o alto rendimento, na cidade de Belo Horizonte e sua região metropolitana.